terça-feira, 23 de novembro de 2010

A cidade que eu quero

Eu tenho um sonho,
um sonho que defendo com água do olho:
sonho ver brotar verde no morro
para espalhar branco no asfalto.

Noto as casinhas lá em cima e anoto a monotonia,
quebrada pelas notas do samba entoadas com alegria.
Desenhando na tela do antagonismo um sorriso.
No traço da cidade favela que tem peso de iguaria.

Iguaria que até estrangeiro compra.
Leva pra casa e põe na prateleira.
Aqui, à espera de alguém levar, a prateleira fica vazia.

Cidade favela que sorri para todo mundo,
abre os braços que Cristo deu em meio ao verde, branco e rosa,
onde promessa é mais cotada que papel
pela moeda de troca mais valida, se levanta as mãos pro céu.